Pesquisar no Blog do Firme

Previsão do tempo para Teresópolis - RJ com maiores detalhes.

Você é o visitante nº

Quem sou eu

Minha foto
PEÇO DESCULPAS AOS USUÁRIOS, POIS HOUVE UM ERRO NA CONTAGEM DE VISITAS, POIS A MESMA ESTAVA POR VOLTA DOS 37000 acessos. Reparei o erro de contagem no dia 27-04-2011, portanto parte-se deste número em diante, ja que não há outra fotma de voltar aos acessos anteriores. Grato pela consideração de sempre! Alexandre de Souza Firme, nascido em 16/10/1976 - Formado em Fisioterapia pela UNIFESO desde 2013 (http://www.feso.br/graduacao/fisioterapia.php). Este blog é direcionado às áreas biomédicas, fisioterapia principalmente, para os interessados em obter e reciclar seus conhecimentos. Leitor, deixe seu comentário, mas sempre que possível, com sua identificação ou e-mail para que possa haver um melhor contato.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre Lombalgia - Movimento Pode Ser a Solução

Para a lombalgia aguda, permanecer ativo pode ser melhor que o repouso no leito

A recomendação de permanecer ativo contra repouso no leito pode oferecer pequenos benefícios na lombalgia aguda, mas são comparáveis na ciática, de acordo com os resultados de uma revisão publicada online na Cochrane Database of Systematic Reviews.

“Lombalgia aguda é um motivo comum para consulta com clínico geral”, escreveram Kristin Thuve Dahm, do Norwegian Knowledge Centre for the Health Services em Oslo, Noruega, e colegas.

“O debate continua sobre a eficácia comparativa entre a recomendação de repouso no leito e a de permanecer ativo como parte do tratamento primário”.

Para avaliar os resultados das duas condutas, os revisores procuraram o Cochrane Back Review Group Trials Register, CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, Sport, e SCISEARCH até maio de 2009. Também procuraram bibliografias dos artigos pertinentes e contataram os autores dos estudos.

Os critérios para inclusão na revisão foram ensaios controlados randomizados para a eficácia de permanecer ativo ou em repouso no leito para pacientes com lombalgia aguda ou ciática, com endpoints primários de dor, status funcional, recuperação e retorno ao trabalho.

Dois revisores extraíram os dados independentemente e determinaram o risco de vieses paa os estudos selecionados, que foram combinados qualitativamente e estatisticamente, como apropriado com base na disponibilidade e apresentação dos dados.

Os 10 ensaios randomizados controlados selecionados tiveram riscos variáveis para viés. Os achados de 2 ensaios envolvendo um total de 401 pacientes com lombalgia aguda sugeriram que a recomendação de permanecer ativo foi associada a pequenas melhoras no alívio da dor (diferença média padronizada [DMP], 0,22; intervalo de confiança [IC] 95% 0,02 – 0,41) e status funcional (DMP 0,29; IC 95% 0,09 – 0,49).

Houve evidência de moderada qualidade de que pacientes com ciática que receberam a recomendação de permanecer em repouso no leito ou de permanecer ativos tiveram pouca ou nenhuma diferença no alívio da dor (DMP -0,03; IC 95% -0,24 – 0,18) ou nostatus funcional (DMP 0,19; IC 95% -0,02 – 0,41).

Para pacientes com lombalgia aguda, evidências de baixa qualidade de 3 ensaios randomizados controlados envolvendo um total de 931 pacientes sugeriu pequena ou nenhuma diferença entre exercícios, recomendação de repouso no leito ou permanecer ativo.

Para pacientes com ciática, evidências de baixa qualidade de 1 ensaio randomizado controlado envolvendo um total de 250 pacientes sugeriu pequena ou nenhuma diferença entre fisioterapia, recomendação de repouso no leito ou de permanecer ativo.

Várias estratégias para recomendações aos pacientes não foram comparadas em quaisquer dos ensaios identificados.

As limitações dessa revisão incluíram aqueles inerentes aos estudos incluídos, como qualidade da evidência e riscos de viés variados.

“Evidências de moderada qualidade mostram que pacientes com lombalgia aguda podem experimentar pequenos benefícios em alívio da dor e melhora funcional pela recomendação em permanecer ativos, em comparação com a de permanecer em repouso no leito; pacientes com ciática experimentam pouca ou nenhuma diferença entre as duas abordagens”, escreveram os autores do estudo.

“Evidência de baixa qualidade sugere pouca ou nenhuma diferença entre aqueles que receberam recomendação de permanecer ativos, fazer exercícios ou fisioterapia.

É muito provável que estudo adicional tenha um impacto importante na estimativa de efeito e que mude nossa confiança nisso”.

Cochrane Database Syst Rev. Published online June 16, 2010.

Informação sobre a autora: Dra. Dra. Laurie Barclay. Escritora e revisora freelance, Medscape, LLC.

Copyright 2010 WebMD, Inc. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a republicação, redistribuição, propagação ou disseminação do Conteúdo Medscape ou do Conteúdo Medcenter sem a prévia autorização por escrito de WebMD.


Fonte:

http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=102&id=27276&__akacao=291651&__akcnt=e4691e93&__akvkey=bf51&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=GERAL+123+BR&langtype=1046

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ARTRITE e ARTRITE REUMATÓIDE - ATENÇÃO!!!

ARTRITE REUMATÓIDE

O que é?

Artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica de causa desconhecida. A característica principal é a inflamação articular persistente mas há casos em que outros órgãos são comprometidos.

Qual é a freqüência:

É doença comum e a prevalência pode chegar a 1,5% da população em algumas regiões. É mais freqüente em mulheres e costuma iniciar-se entre 30 e 50 anos de idade, mas compromete também homens e crianças. Para que se desenvolva a doença são necessárias algumas combinações de defeitos genéticos e a presença de um ou mais estímulos externos, o que faz com que a incidência em familiares de pacientes com Artrite Reumatóide (AR) não seja grande.

Como se desenvolve?

Existe uma predisposição genética e alguns genes foram identificados. Não se conhece a causa da Artrite Reumatóide (AR) e pensa-se que haja vários estímulos diferentes, quando em contato com indivíduos que têm defeitos de origem genética no sistema imune, desencadeiem resposta inflamatória. A persistência dos estímulos ou a incapacidade do sistema imune em controlar a inflamação levam à cronicidade da doença. A membrana sinovial prolifera e libera enzimas produzidas por células localmente. Tanto a invasão da membrana sinovial como a ação das enzimas provocam destruição das estruturas articulares (cartilagem e ossos vizinhos) e juxta-articulares (tendões e ligamentos).

O que se sente?

A forma mais freqüente de início da doença é artrite simétrica (por exemplo: os dois punhos, os dedos das duas mãos) e aditiva (as primeiras articulações comprometidas permanecem e outras vão se somando). Costuma ser de instalação lenta e pouco agressiva, localizando-se inicialmente nas pequenas articulações das mãos.

Existem formas agudas e rapidamente limitantes. Com menor freqüência, começa em grandes articulações ou de modo assimétrico. Pode permanecer assim ou evoluir para poliartrite simétrica clássica. Todas as articulações periféricas podem ser envolvidas e os danos à coluna cervical podem ser muito graves. Somente em AR muito agressiva haverá artrite nas articulações interfalangianas distais dos dedos e será de instalação tardia. Artrite temporomandibular é comum.

Uma característica da Artrite Reumatóide (AR) é a rigidez matinal. Após uma noite de sono, os pacientes amanhecem com importante dificuldade em movimentar as articulações, a qual permanece por mais de 1 hora. Nos casos mais graves a rigidez matinal alivia somente parcialmente, permanecendo dor e limitação de movimentos permanentemente. Alguns pacientes queixam-se de mal-estar, fadiga e dor muscular que podem acompanhar ou anteceder a artrite. Rigidez matinal e fadiga no final da tarde são usados para avaliar atividade da doença.

As alterações destrutivas articulares são variáveis em um mesmo enfermo e entre a população com Artrite Reumatóide (AR). Há casos bastante benignos e com alterações discretas ou ausentes e outros em que as deformidades instalam-se progressivamente e tornam-se extremamente graves mesmo com tratamento adequado.

Alguns pacientes com Artrite Reumatóide (AR) típica contam que durante meses ou anos tiveram surtos passageiros de artrite em várias ou poucas articulações, antes da doença tornar-se crônica.

O curso clínico mais comum é caracterizado por alívio parcial da atividade inflamatória. Menos vezes, há inatividade por períodos variáveis de meses ou anos. Nos casos mais graves a doença evolue progressivamente levando, com o passar do tempo, a grave incapacidade articular.

Manifestações clínicas extra-articulares:

Nódulos reumatóides

São nódulos localizados debaixo da pele principalmente em áreas de apoio como cotovelos. Geralmente aparecem em casos mais graves. Raramente ocorrem nos pulmões, coração, olhos ou outros órgãos. (figura ao lado)

Comprometimento ocular

A alteração mais freqüente é a inflamação das glândulas lacrimais (Síndrome de Sjögren). Conseqüentemente, há diminuição da produção de lágrima. Os olhos ficam irritados e com sensação de estarem com areia. Quando não tratados adequadamente, a córnea fica sujeita a erosão e infecção.

Também podem estar inflamadas outras estruturas dos olhos. A mais grave é a esclerite; quando a esclerite é grave, pode ocorrer perfuração do globo ocular.

Manifestações musculares

Raramente ocorre inflamação do músculo. Por outro lado, inflamação articular e desuso são causas obrigatórias de hipotrofia muscular. Medicamentos de uso habitual na Artrite Reumatóide (AR) como corticóides e antimaláricos podem ser causa de fraqueza muscular e, às vezes, é difícil distingüir entre as manifestações da doença e as dos medicamentos. Nesses casos, se o paciente melhora sua força com exercícios, os medicamentos não seriam a causa.

Sistema nervoso

É comum o comprometimento das raízes nervosas periféricas. Quando somente as raízes sensitivas são atingidas o sintoma é formigamento ou queimação, como se o paciente estivesse usando luvas ou botas e o prognóstico é bom, ao contrário dos casos menos freqüentes de neuropatia motora.

Também são comuns as neuropatias por compressão devido à inflamação e proliferação do tecido articular. O sintoma mais comum é formigamento nos dedos polegar, indicador e médio devido à compressão do nervo mediano ao nível do punho.

Afrouxamento ou destruição de ligamentos na coluna cervical permitem deslizamento da 1a vértebra que pode comprimir a medula. As conseqüências são distúrbios sensitivos e motores nos membros superiores e inferiores. Deslocamentos maiores da vértebra podem levar a paralisia e mesmo a parada respiratória e morte.

Sangue

Anemia leve se relaciona com a atividade da Artrite Reumatóide (AR). Quando a hemoglobina está abaixo de 10g/ml ou hematócrito abaixo de 30 com doença controlada, deve-se procurar perda sangüínea pelo estômago devido ao uso continuado de antiinflamatórios.

A associação de Artrite Reumatóide (AR) com aumento do volume do baço, anemia, queda de glóbulos brancos e outras manifestações da doença chama-se síndrome de Felty.

Vasculite

A manifestação clínica da vasculite depende da intensidade da lesão, localização e tamanho do vaso. Inflamações ao redor das unhas não são raras e têm boa evolução.

Os pacientes com Artrite Reumatóide grave podem apresentar áreas extensas de vasculite cutânea provocando úlceras de difícil controle.

Continua em Avaliação da Atividade Inflamatória...


Link da "Avaliação da atividade Inflamatória"

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?468

Fonte:

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?35

OSTEOARTROSE - uma patologia comum da 3ª idade

Entenda a Osteoartrose

Dentre todas as patologias que acometem os indivíduos à partir da 4ª década da vida, sem dúvidas, é a OSTEOARTROSE a mais comum delas, estimando-se que ocorra em até 90 % da população adulta . É ela tão antiga como a própria história da Humanidade, acometendo indistintamente todos os vertebrados. Estudos realizados em fósseis de dinossauros demonstraram que esta alteração articular já encontrava-se presente na era pré histórica.

A osteoartrose, também chamada de artrose, processo degradativo articular, processo degenerativo articular etc., resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos (unidos) que possuem algum grau de movimentação entre eles. São exemplos de articulações os joelhos, os tornozelos, os dedos das mãos, os dos pés, o quadril, as vértebras da coluna, os ombros, os cotovelos, os punhos, a mandíbula etc.. Em todas estas articulações está presente o tecido cartilaginoso.

A função básica da cartilagem articular é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque quando submetido à forças de pressões (como no caso do quadril, joelho, tornozelo e pé), ou de tração, como no caso dos membros superiores. Para que este movimento de atrito entre dois ossos seja diminuído, outras estruturas também fazem parte da articulação, desempenhando papéis específicos como no caso do líquido sinovial, que lubrifica as articulações e, dos ligamentos, que ajudam a manter unidas e estáveis as articulações.

Uma articulação normal é formada por células chamadas CONDRÓCITOS, cuja função básica é fabricar todas as substâncias necessárias para o bom funcionamento da cartilagem articular. Dentre estas substâncias, encontra-se uma proteína denominada COLÁGENO, cuja finalidade é funcionar como uma malha de sustentação, retendo as demais substâncias existentes dentro da cartilagem (Sulfato de Glicosamina, Sulfato de condroitina, querato sulfato), que funcionam como moléculas que retêm água, ajudando, com isso, a absorção de stress mecânico de compressão e tração.

COPY BY NOVARTIS/MOD

Na realidade, a cartilagem articular funciona como uma grande mola, ou uma esponja de silicone embebida em água. O estado de hidratação da cartilagem e a integridade da mesma, é fator preponderante para a não existência de degradação e, a não existência da patologia denominada de OSTEOARTROSE.

COPY BY NOVARTIS/MOD

Toda vez que tivermos alterado o estado de equilíbrio entre os constituintes articulares, estaremos sujeitos ao PROCESSO DE DEGRADAÇÃO ARTICULAR e, consequentemente, o desenvolvimento da OSTEOARTROSE.

COPY BY NOVARTIS/MOD

A Osteoartrose é, do ponto de vista médico, dividida em dois grandes grupos. O primeiro denominado de Osteoartrose Primária, é formado por aqueles indivíduos que já possuem um patrimônio genético, que faz com que a patologia se desenvolva independentemente de fatores externos.

O segundo grupo, denominado de Osteoartrose Secundária, é formado por pessoas que, em virtude de algum fator agressivo ocorrido em determinado período da sua vida, passam a apresentar a patologia. Fazem parte deste grupo os indivíduos muito obesos, os que sofreram algum traumatismo articular (entorses, fraturas, luxações), os que sofreram algumas alterações hormonais específicas, os que executam esportes com micros traumatismos de repetição, os que executam esportes de desaceleração (saltos) etc...

Estas pessoas fazem parte de um grupo denominado de risco e, sem dúvidas, devem iniciar precocemente um tratamento preventivo, evitando ou minimizando a sintomatologia desagradável da patologia, a qual em fase avançada, é traduzida por dor e incapacidade funcional.

Enquanto antigamente somente a fisioterapia era usada como tratamento, novas drogas no dia de hoje são consideradas CONDROPROTETORAS e possuem papel de grande importância no tratamento e prevenção da OSTEOARTROSE.

Se você acha que faz parte do grupo de risco, consulte seu médico especialista e pergunte a ele qual o tratamento preventivo que pode ser benéfico para você.

Dr. Antonio Carlos Novaes (Reumatologista)
Assistente Estrangeiro da Fac. de Med. de Paris


Fonte:

http://www.osteoartrose.com.br/os_entenda.php

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lesão de Plexo Braquial

Lesão de Plexo Braquial - IMPORTANTÍSSIMO!!! Estudos e um artigo

Introdução

A lesão do plexo braquial é a lesão de nervo periférico mais comum nos partos vaginais. Foi descrita pela primeira vez em 1764, mas somente em 1861 Duchenne introduziu o termo "paralisia obstétrica". Posteriormente, Erb relacionou o plexo braquial como o sítio anatômico da lesão.

A incidência de lesão do plexo braquial é de cerca de 0,5 a 2,5 por 1.000 nascidos vivos. É caracterizada pela paralisia dos músculos do(s) membros(s) superior(es) que se segue ao traumatismo do quinto nervo cervical ao primeiro torácico (plexo braquial). Está geralmente associada ao estiramento excessivo do plexo durante o desprendimento do feto. Entretanto, outras etiologias estão provavelmente envolvidas.

A maioria das lesões é transit

ória, com resolução espontânea e recuperação completa. O quadro clínico depende da intensidade e do local da lesão, sendo encontradas três formas clínicas.


2. Tipos de Lesão do Plexo Braquial

2.1. Paralisia de Duchenne-Erb

Resulta da lesão do quinto e sexto nervos cervicais. É o tipo mais comum, correspondendo a 58 a 72% de todos os casos.

O neonato perde a capacidade de abduzir o braço, girar o braço lateralmente e realizar supinação do antebraço. A posição típica é em adução e rotação medial do braço com pronação do antebraço. Os reflexos de moro, bicipital e radial estão ausentes no braço afetado.

Pode haver algum déficit sensitivo na face lateral do braço, o que é difícil de ser avaliado no recém-nato. A presença de preensão palmar é um sinal de bom prognóstico. Envolvimento do diafragma por lesão de C4 está presente em cerca de 5% dos casos, podendo ocasionar desconforto respiratório.

2.2. Paralisia de Klumpke

É uma forma rara e resulta da lesão do sétimo e oitavo nervos cervicais e primeiro nervo torácico. Neste caso, ocorre paralisia dos músculos da mão e dos flexores longos. A mão fica paralisada e pode haver perda sensitiva na região ulnar do antebraço e mão. Após algum tempo pode ser observada atrofia muscular de intensidade variável.

A Síndrome de Horner geralmente está presente, caracterizada por ptose, miose e enoftalmia no lado afetado, devido ao acometimento das fibras simpáticas cervicais da primeira raiz torácica.

2.3. Lesão de todo o plexo

Também é rara, mas um pouco mais freqüente que a paralisia de Klumpke. Ocorre flacidez e perda completa da movimentação do membro. Todos os reflexos estão ausentes e o déficit sensitivo pode ser estender para o ombro.


3. Etiologia e fatores de risco

É universalmente aceito que a lesão do plexo braquial resulta, na maioria das vezes, da tração excessiva da cabeça fetal durante o desprendimento das espáduas nos partos com apresentação cefálica ou durante a liberação do polocefálico nas apresentações pélvicas (ex: cabeça derradeira). Entretanto, pouca atenção tem sido dada à possibilidade de lesão do plexo braquial não associada ao trauma do parto.

3.1. Lesão do plexo durante o parto

Neste caso, a lesão ocorre provavelmente, mas não necessariamente, devido à tração excessiva, com conseqüente estiramento das fibras nervosas. Mais da metade dos casos de lesão do plexo braquial ocorrem em casos com distocia de ombro comprovada. Entretanto, outros fatores de risco estão envolvidos, como a apresentação pélvica.

Distocia de Ombro

Tem uma incidência de 1% e é a causa mais comum de lesão do plexo braquial. Diversos fatores de risco estão relacionados a maior incidência de distocia de ombro, como a macrossomia fetal, obesidade materna, trabalho de parto prolongado e aplicação de fórceps (principalmente os médios).

Entretanto, a maioria dos fatores de risco da distocia de ombro é comum e não específica, tornando impossível prever sua ocorrência.

O tipo de lesão mais comumente associado à tentativa de liberação do ombro anterior é a do quinto e sexto nervos cervicais (paralisia de Duchenne-Erb). Uma tração mais vigorosa pode resultar em lesão de todo o plexo braquial.

Apresentação pélvica - dificuldade no desprendimento do pólo cefálico

A tração excessiva do tronco fetal durante o desprendimento cefálico pode resultar em lesão da parte inferior do plexo braquial (paralisia de Klumpke). Quando o braço fetal se encontra estendido sobre a cabeça, sua tentativa de liberação pode levar à paralisia de Erb-Duchenne.

3.2. Lesão intra-útero

Recentemente, a lesão do plexo braquial tem sido associada à posição anômala do feto intra-útero, como nos casos de oligodramnia. A identificação de lesão do plexo braquial em recém-natos de baixo peso e cujo parto ocorreu sem qualquer dificuldade mecânica é um reforço desta teoria. Além disso, existem casos descritos em que foram observados alterações eletromiográficas compatíveis com denervação em recém-natos com menos de 10 dias. Como o nervo leva pelo menos 10 dias para desenvolver tais alterações, é possível que a lesão do plexo tenha ocorrido intra-útero.


4. Prognóstico e conduta

A maioria dos neonatos (70 a 90%) tem recuperação completa. Os primeiros sinais de recuperação aparecem dentro de duas semanas, na maioria dos casos, e a melhora completa é esperada antes dos dois meses, no máximo até seis meses. As crianças com déficits residuais podem continuar a se recuperar mesmo durante os anos pré-escolares.

O tratamento é dividido em duas fases - manutenção do braço e mão em posição funcional durante os primeiros 7 a 10 dias, evitando movimentos passivos; e fisioterapia intensiva.

O prognóstico e o tempo de recuperação dependem de o nervo ter sido apenas lesado ou lacerado. Se a paralisia for em decorrência de edema e hemorragia ao redor das fibras nervosas, é mais provável a recuperação completa em um espaço de tempo mais curto. Se ocorrer laceração ou arrancamento, pode sobrevir lesão permanente.

A paralisia de Klumpke está associada a um prognóstico pior, podendo haver comprometimento do deltóide, com queda do ombro secundária à atrofia muscular.

A cirurgia é indicada somente em casos selecionados, quando não há qualquer melhora em três meses.


5. Prevenção da Lesão do Plexo Braquial através da identificação das pacientes de risco. É possível?

Uma pergunta que sempre é feita quando nos deparamos com um neonato com lesão do plexo braquial é se a lesão poderia ser prevenida.

Apesar de muitos fatores de risco terem sido identificados, é impossível prever a distocia de ombro e, principalmente, a lesão de plexo braquial.

A cesariana diminui o risco de lesão de plexo braquial, mas não o elimina. Identificar pacientes de alto risco e submetê-las à cesariana eletiva poderia diminuir a incidência de casos de neonatos com lesão do plexo braquial.

Como é impossível prever casos decorrentes de lesão intra-útero, uma estratégia poderia ser a identificação de pacientes com risco elevado de distocia de ombro e indicar a cesariana. Entretanto, a distocia de ombro é uma complicação relativamente rara e de difícil prevenção. Seus fatores de risco não têm valor preditivo e é impossível identificar os neonatos sob risco de lesão permanente.

Outro aspecto a ser abordado é o aumento do número de cesarianas com o objetivo de prevenir a lesão do plexo braquial nos neonatos de gestantes supostamente sob risco elevado. Portanto, alguns pontos devem ser considerados:

• Até que ponto é válido proceder à cesariana, que obviamente não é isenta de riscos, baseado em fatores de risco pouco específicos, para prevenir uma complicação relativamente rara e que freqüentemente não deixa seqüelas importantes nos neonatos?
• Quantas cesarianas eletivas devemos realizar para prevenir a ocorrência de um caso de lesão de plexo braquial?
• Qual o impacto deste aumento de cesarianas na morbidade e mortalidade materna?

Um consenso na literatura existe no que diz respeito à indicação de cesariana em mulheres com filho com lesão do plexo braquial, principalmente se a lesão é permanente.

Considerar também a indicação de cesariana em fetos com peso estimado superior a 4.000 - 4.500g, especialmente nos casos de mães diabéticas. Estas indicações não são regras a serem seguidas e absolutamente não são isentas de críticas.


6. Aspectos médico-legais

Os tocotraumatismos são uma das principais causas de processos médicos, principalmente quando ocorre lesão permanente na criança. A lesão do plexo braquial talvez lidere as estatísticas. Algumas considerações podem ser listadas:

• A lesão permanente do plexo braquial é rara e nem sempre associada a dificuldades mecânicas no parto;
• mesmo quando a lesão do plexo braquial está relacionada ao parto, é difícil, senão quase impossível, prever estes casos;
• a distocia de ombro é um evento raro e impossível de ser previsto. Os fatores de risco não são específicos. Por mais experiente que seja o obstetra, existem situações em que o desprendimento do feto é virtualmente impossível. A distocia de ombro pode estar associada a uma mortalidade e morbidade fetal significativa. Muitas vezes, lesões, como a fratura de clavícula e lesão do plexo braquial, ocorrem em conseqüência de uma tração excessiva necessária para salvar a vida do concepto;
• existem casos descritos de lesão do plexo braquial em partos vaginais espontâneos não assistidos. Deste modo, podemos inferir que a lesão de plexo braquial nem sempre está associada à tração excessiva do feto, podendo ocorrer independente das manobras obstétricas;
• existem evidências de que a lesão do plexo braquial pode se desenvolver intra-útero.


Bibliografia

1) Levine MG, Holroyde LT, Woods JR, Siddiqi TA, Scott M, Miodovzak M. Birth trauma: Incidence and predisposing factors. Obstet Gynecol 1984; 63:792-5.

2) Ecker JL, Greenberg JA, Norwitz ER, Nadel AS, Repke JT. Birth Weight as a Predictor of Brachial Plexus Injury. Obstet gynecol 1997; 89; 643-7.

3) Gilbert WM, Nesbitt TS, Danielsen B. Associated Factors in 1611 Cases of Brachial Plexus Injury. Obster Gynecol 1999; 93; 536-39.

4) Jennet RJ, Tarby TJ, Kreinick CJ. Brachial Plexus Palsy: An Old Problem Revisited. Am J Obstet Gynecol 1992; 166: 1673-6.

5) Nocon JJ, Mckenzie DK, Thomas LJ, Hansell RJ. Shoulder dystocia: An analysis os risks and obstetric maneuver. Am J Obstet Gynecol 1993; 168: 1732-7.

6) McFarland LV, Raskin M, Daling JR, Benedetti TJ. Erb/Duchenne's palsy: A consequence of fetal macrossomia and method of delivery. Obstet Gynecol 1986; 68: 784-8.

7) Gordon M, Rich H, Deutschberger J, Green M. The immediate and long-term outcome of obstetric birth trauma. I. Brachial plexus paralysis. Am J Obstet Gynecol 1973; 117: 51-6.

8) Hankins GD, Clark SL. Brachial plexus palsy involving the posterior shoulder at spontaneous vaginal delivery. Am J Perinatol 1995; 12:44-5.

9) Ubachs JMH, Slooff ACJ, Peeters LLH. Obstetric antecedents of surgically treated obstetric brachial plexus injuries. Br J Obstet Gynaecol 1995; 102: 813-7.

10) Cunningham FG, Mac Donald PC, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV, Clark SL. Williams Obstetric. 1997. Ed Appleton & Lange - International Edition.

11) Fanaroff AA, Martin RJ. Diseases of the fetus ans infant. Neonatal-Perinatal Medicine. Volume 2 - 5a edição.

12) Fanaroff AA, Martin RJ. Diseases of the fetus ans infant. Neonatal-Perinatal Medicine. Volume 1 - 5a edição.

Fonte:

http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=3561&langType=1046


Outros estudos:

http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/plexo_brena.html

http://brasiliaindica.com.br/saude/index.php?option=com_sobi2&sobi2Task=sobi2Details&catid=2&sobi2Id=59&Itemid=56

Artigo:

http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/110.pdf

Entorse de Ternozelo - Estudos e Esclarecimentos

Entorse de Tornozelo - Estudos e Esclarecimentos:

Partes deste artigo foram alteradas por Alexandre Firme.

Entorse de tornozelo I - Princípios básicos



O que é? Entorse é uma torção e pode ser resultado de uma sobrecarga grave, estiramento ou laceração de tecidos moles como a cápsula articular, ligamentos, tendões ou músculos. Porém, esse termo é freqüentemente usado em referência específica à lesão de um ligamento, após o movimento de torção, recebendo a seguinte graduação:

• Grau I - ligamento preservado, dor leve ligamentar e edema local.

• Grau II - frouxidão ligamentar, dor intensa, edema difuso + hematoma [imagem].

• Grau III - ruptura ligamentar parcial ou total, provável fratura por avulsão, dor intensa, instabilidade, edema difuso e hematoma [imagem].

O que provoca? Os ligamentos frouxos no tornozelo, os músculos fracos, as lesões dos nervos da perna, certos tipos de calçado (como os sapatos de salto alto e estreito) e certas maneiras de caminhar, tendem a provocar a rotação do pé para dentro ou fora. As lesões do tornozelo são causadas por uma súbita aplicação de força que exceda a resistência dos ligamentos, rodando o pé em inversão ou eversão.


Figuras mostram o mecanismo de entorse do tornozelo (inversão) (esq.) e
lesão dos ligamentos do complexo lateral — calcaneofibular e talo-fibular anterior (dir.)
Como prevenir? As pessoas cujos tornozelos torcem com facilidade podem evitar as lesões subseqüentes utilizando estabilizadores, meias elásticas para os tornozelos e colocando palmilhas nos calçados para estabilizar o pé e o tornozelo. Além disso, fisioterapia para restabelecer o movimento, fortalecer os músculos que agem no tornozelo e melhorar o equilíbrio através de exercícios de propriocepção, treinos em terrenos irregulares (com supervisão de um profissional da área).


Qual o prazo de recuperação? Depende da gravidade da torção. Os ligamentos têm a vascularização regular e cicatrizam lentamente. O reparo é feito por tecido fibroso e colágeno. O prazo é:

• Grau I – uma a duas semanas de crioterapia (gelo), compressão, elevação, fortalecimento muscular e propriocepção (fisioterapia).

• Grau II - imobilização de três a quatro semanas. Após faz-se: crioterapia, mais fortalecimento muscular e propriocepção.

• Grau III – pode ser conservador, mas já existe indicação cirúrgica com recuperação nos dois casos de oito a 12 semanas em média.

Fonte:
http://www.milton.com.br/esporte/saiba_mais/ort_1.htm

Mais esclarecimentos sobre o assunto:
http://www.clinicadeckers.com.br/html/orientacoes/ortopedia/034_entorse_tornozelo.html

http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_05/cap_056.html

http://www.medicinaealimentacao.com/?id=793&Entorse-do-Tornozelo-Pe

http://www.cartaovermelho.esp.br/modules.php?op=modload&name=Sections&file=index&req=viewarticle&artid=146&page=1

http://www.webrun.com.br/home/conteudo/noticias/index/id/6210

http://www.cto.med.br/fraturas_geral/fraturas/entorse.html

Artigo:
http://www.projetodiretrizes.org.br/7_volume/03-Entorce_Tornozelo.pdf

Bons estudos!